Alma Novaes
Elegia ao meu amor
O amor, meu amor,
um paredeiro de sensações
e lutas inglórias,
de tréguas e guerra aberta,
onde os braços de ferro
se mantêm, até muito depois
do cansaço de ambos.
Afinal, meu amor,
afinal,
o amor, meu amor
é um estreito livre
onde os voos se
fazem individuais.
Eu uso, meu amor,
as minhas asas,
armas, garras e voo,
meu amor,
sobrevoando-te por
iniciativa livre,
com a minha própria
adrenalina, meu poder,
meu amor, poder
de amar-te ou de
te desamar,
poder que tenho,
que tens, que
não temos no plural.
E tu segues-me de perto,
logo atrás, ao lado,
à frente, urgente,
diferente ou igual.
Usas o amor, meu amor,
pra me ferir, meu amor,
e eu, meu amor, finjo
que te deixo vencer e
quando te vejo de armas
baixadas, eu, meu amor,
te mato uma e outra vez.
Ataque, xeque-mate.
Que morras tu que
a mim não me apetece,
meu amor, morrer.
Não anoiteço, continuo o voo.
E da liberdade
quase faço um hino,
porque sabes, meu amor,
liberdade é a única
e mais completa
forma de amor
que conheço.
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