Laura de Jesus














Janela



Escavacada pelo tempo quanto baste,
uma janela guardou os movimentos internos da casa,
o útero ramificou-se de podre nos musgos
que tomam conta até dos tetos.


Vultos, imaginamos vultos,
escondidos nos umbrais
Fantasmas que nem o fluir dos dias mata.
Os que viram a sua ascensão admiram a sua queda.


E perdem-se nas horas vazias,
olhando, inventando momentos e adivinhando
razões que o tempo criou para a decadência.

Comentários

vida de vidro disse…
A menina tem talento de poeta, fique sabendo! Gosto de (te) ler assim. **
Nina Owls disse…
Obrgd Alice.

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