Cristina Guedes
Das vísceras da terra ao céu
Entre a despedida do Gabriel e a chegada de Helena,
os ventos agitados e furiosos fustigam-nos,
a nós, aos animais e ás árvores,
das quais vou ouvindo lamuria e ais.
São extremos de humor de uma natureza violada,
cujas consequências podem destruir a humanidade.
E dos extremos emocionais, entre um deslumbramento,
quem nos equilibra, quem nos salva de nós,
e estes estados mediáticos e extremos,
Da desumanidade, dos eventos virais, e dos que realizando
investigações, se empenhando em escavar o deep self
e harmonizar ambientes se deparam com a maioria que,
de acordo com o que vivem dia-a-dia,
fazem das pequenas vitórias ambientais, nada,
caprichosamente se isolam do bem comum e vivem,
e sobrevivem usando máscaras para o amor alheio,
cultivando uma imagem horrenda do futuro,
de bolsos cheios, de sucessos e de coisa nenhuma,
fervorosos adeptos do mediático e popular,
rumo ao desencontro final.
Apáticos, acomodados
e febris de desejos materiais e frustrações várias.
Os augúrios são brutais, prognóstico reservado.
Ainda somos mortais, ainda iguais na morte.
A natureza regenera-se mas nós não.
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