Al Qabri Ramos
Guerra e morte
Não há ciência nenhuma
nas lágrimas nem penicilina
que contenha a dor de alma,
não há maior rudeza que a guerra,
nem maior afronta
que o desespero de outro ser humano.
não há mistério nenhum na
morte que a vida
não tenha ensinado antes.
Qual o cemitério edificado
que salva e leva ao
céu os mortos em nome da paz?
ironia dispensada, vultos
tombando na cidade
sepulturas sem id e sem tempo,
túmulos comuns, valas abertas,
no nosso cérebro as imagens de
câmaras obscuras de insanidade
câmaras que vão ocultando
patologias incertas
E eu mais crente que agnóstica
ou ateia grito por Deus, que não é surdo
que não é árabe, nem curdo,
não metralhou no Congo nem em Gaza
e vem de lá da Basileia, despido de
raivas e de ódios
- Hey Deus, os homens plantados por ti
não vertem seiva, mas sangue
não estão isentos de morte, mas
vão vivendo zombies,
sedentos de reaprender a
consciência que perderam.
Comentários
obrigada pela tua visita e pela empatia na compreensão das minhas palavras, que de resto, é partilhada também por mim, ao ler-te...
Tudo o que temos vivenciado à distância segura de um ecran de televisão, faz-nos pensar irrediavelmente em Deus, sem dúvida, mas o que terão os homens feito Dele, força suprema de amor?
A luz de todas as velas, tamborilam, expressivamente, na força do vento que tudo arrasta...
Quero acreditar que o fim está a chegar...
Sabes, acho que mil guerras serão feitas por mil homens ainda, todas em nome da paz, todas sujas e irremediavelmente crueis. Mas queremos acreditar que amanhã chegará a tal consciência que temos individualmente. A guerra não traz soluções mas mais problemas
Abraço virtual
O poder da terra, o poder da água, o poder do dinheiro, o poder da força.
E sempre que uma nação é elevada ao adjectivo de "grande" e eu penso em todos os que pereceram, morreram sem voz, atravessa-me sempre um pensamento: valerá a pena tanto sangue?
Sou uma pacifista.
Não consigo compreender o fascinio da guerra, insurjo-me contra as estratégias e desespero pelos inocentes mortos.
E mais mortes acontecem, mais bombas explodem, mais nem sei quantas vidas, perecem sem nome...
O mundo cansa-me.
Outro abraço
Bom fds ás duas
insurge uma alma
a plenos pulmões
a dizer
não aos tubarões
(não aqueles dos mares
em seu imenso existir)
mas aqueles outros
que destróem corações
com bombas
e
canhões
abraços soltos nina!
fernando