Matza di Lourde & Irina Vasconcelos

 



Métrica da vida ou obué


 


Com um isala chi

passando por nós, sem preguiça, contentes

carregando cestos nas costas

e sempre sorrindo, eram parte

desse encanto.


tocavam talumbeta nas pausas

do trabalho duro, que ensanguentava

os dedos.


viviam rés-vés com o desaire, na

conta exaustiva dos dias, o arroz

os crustáceos e a cerveja, paleativos.


guardavam entre eles quebrantos

segredos e música. Dançavam,

e seduziam o universo. Sonorizavam

ritmos e cumpriam obrigações.


e a enxada era a valentia, a luta feita espada.

Sobreviver em sintonia com os outros.

essa era a métrica requerida para os poetas

de lá: estarem de bem com a vida.


in Os dias claros da esperança


 

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