Laura de Jesus
foto retirada da web
Palco de Molière
No princípio era a palavra
que entrava sem licença
e a voz coloquial castrava
todo o sentimento e crença,
e do rosto, dos outros
entoando aborrecimento,
um bocejo, um praguejar
vociferar em silêncio,
como se o grito fosse algo de
desprezível e gemer proibido.
Depois cheguei eu,
a palavra era mais ato
o sorrir era espontâneo
deixando de ser obrigação,
artefacto.
Tu sorrias de volta,
a voz ganhava tesão
e dos outros rostos
que não o teu, a expressão
foi ganhando interesse
despertando, e, o céu
era azul e impossível.
Alguém me chamou teatro,
e até expressão dramática
mas continuo a ser oral,
continuo a ser voz afinal
dos que sonham mais alto.
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