Tugalândia fedoris







O planeta continua a girar, cheio de mazelas: Sumatra, a Indonésia, foi atingida ontem por mais um terramoto de 8.7 na escala de Richter, seguido de réplica com valor semelhante e a ameaça de tsunamis está a deixar a costa do oceano índico em polvorosa. Em Goiás, no Brasil, onde mora a Lucinha e o Jota, parece ser Demóstenes Torres, que da fama terrível de corrupto não se livra e se destaca. Mas como todos, cairá no esquecimento público da memória seletiva que só fica com as coisas boas. Regresso a Angola, através do Rock do melhor, Café Negro e mantenho-me em Kilipanga do Orfão.
Por cá e em matéria de homens, uma bela crónica sobre a deterioração do amor, do blogue: Não compreendo as mulheres, a quási-explicação temática do apodrecimento do "coiso", bem regado com Bushmills. Estes cientistas noctívagos podem não compreender as mulheres, mas já têm doutoramento noutras questões periféricas. Muito interessante. Acabei por me sentar por lá com eles até às cinco da manhã, a observar tudo, entre um encolher de ombros e uma contagem de beijos. Mas há mais, musicalmente, um universo de material novo e pérolas antigas a serem reeditadas, caso de novo álbum dos Quinta do Bill, com 2 inéditos. Sem Aguardela, mas com certeza de alguns registos de áudio gravados do passado.
Não somos pioneiros em coisa alguma, mas temos as bichezas subterrâneas de maior dimensão: Squamatinia algharbica.  E a par destas, ainda subterrâneas, os fraudulentos homens que (des)governam o país sistematicamente, auxiliados por uma troika cheia de trikas e um FMI que sabemos deixar muito a desejar.
Sobre política interna, só diria que, de tanto o mesmo, se boceja de tédio. Que havemos de fazer com a nossa ignorância e apatia? Conformar-mo nos? Mas isso é já o que temos vindo a fazer nos últimos anos. Venha a miséria, depois logo se vê. E como disse hoje Belmiro de Azevedo, o patrono da Sonae: estão a brincar com o fogo, o povo com fome tem o direito de roubar. À conta disso, prevejo alguns saques aos seus hipermercados, "legitimados pelas suas "observâncias". Não se podem atestar os automóveis, os valores dos combustíveis voltaram a subir em flecha e os valores de compra baixaram na mesma proporcionalidade, o que não surpreende ninguém. O FMI alega que teremos que trabalhar mais um ano antes da reforma. Ou seja, a cota que o povo paga aqui é o de estar vivo. Não querem malandros entre o povo, já chega a corja de políticos a reformarem-se ao cabo de dois anos de parlamento ou privados. E como sabemos, no que toca a pilhagem, o governo não admite concorrência.
Quanto a mim, digo-vos que temos de começar a ser mais interventivos, a largarmos o medo num esconderijo qualquer sem acesso nosso e vivermos mais a nossa identidade e escolhas no todo social. Não somos ermitas e, a par com os benefícios de convivermos e partilharmos com os outros, também se encontram os deveres. E o nosso, neste momento, é o de restituir ao coletivo, valores perdidos e mudar o que precisa ser mudado. Os nossos filhos merecem. Mais atitudes e lutas e menos palavras. A lembrar António Aleixo:

"O mundo só pode ser
melhor do que até aqui
Quando consigas fazer
Mais pelos outros que por ti".






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