Endless love and endless goodbye


Não te vi mas foi como se tivesse estado contigo. Desde o início do dia que te desenhaste, so real, and full of grace, tão real e tão cheio da graça que despertas em mim que não sabia se eras tu, se era eu, se éramos ambos, numa conversa telepática sem fim. E fui espreitar-te por teimosia. E não te vi e ainda assim te levei comigo, no peito, nos olhos, na música, enquanto o veículo rolava pela autoestrada até chegar ao oceano. Não chorei. Despi-me. Entrei na água que me pareceu em ebulição, mas era o meu corpo que fervia, que pedia o teu, que mendigava os teus olhos, o mar que me fazia acordar para o adeus que teimo em adiar. A fé é enorme. Não se compadece da mente porque está na alma e esta prima pela fonte, cresce a montante do que a mente almeja. Não sei mandar calar o coração. Não sei esquecer os caminhos que me levam a ti. Não sei. Sei que te amo. Que te desejo. Que te sinto a falta. que povoas os meus sonhos e, por vezes, os pesadelos, onde a realidade abalroa o sonho, como essas ondas tempestuosas contra a areia, engolindo-a e despejando-a outra vez contra a língua da enseada. O teu rosto, esse teu sorriso assombra-me na janela, na cómoda onde só incomoda o meu peito, por te não poder acariciar, por estares cada vez mais longe, tão longe, como o tempo da pintura onde eu e o menino ficamos prostrados naquela praia, a Madalena, onde os pinotes da Cláudia e dele assustavam gaivotas e cachorros, os pinos e cambalhotas, lá longe onde só a memória pode visitar, onde a tua irmã nos desenhou olhando o mar imenso, junto dos rochedos a que a tua mãe julgou serem calhaus transportados por mãos humanas. Tu ficaste eterno. Meu amor, a-deus. A Deus te entrego.





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