A urgência na expansão
O gato vomitou
nos meus cadernos,
despojou-se na
árvore da vida,
O gato não conhece
Kether e Binah
O gato Che é
fundamentalista
nem olhou para
onde vomitava
Pura e
simplesmente
vomitou!
Os restos de ração da whiskas
restos de comida de ontem
restos de dias iguais
O conhecimento
a vermelho,
da Cabala e os pilares
O gato vomitou
o cansaço,
o meu aumentou:
- Reescrever a
árvore da vida
Incluo-o ou
marginalizo-o,
por enquanto?
o gato não será
levado a tribunal,
O comandante
Guevara
será poupado.
Eu ainda na prisão
do tamanho de um grão,
da prisão da vida,
óculos de Sol;
não deixam ver
antever ou sequer prever
o oculto embrião
Dentro de tudo aquilo
havia geometria divina
os sólidos e, mesmo
as suas arestas
quando mal espectadas,
podiam prometer
precipícios sem fim,
(...)
mentira, tinham fim
eu é que não o sabia.
A alma ia e vinha
e os poços
foram diminuindo
e o petróleo
foi escasseando
parecia não haver vida,
somente
artifícios e verdade
nenhuma, sequer,
Em 80 eu já via todas
estas imagens de guerra,
interrompidas
e intercaladas
e tráfico de órgãos
em clínicas privadas
e gente normal,
igual a mim e a ti
a usar poderes menores
discriminar, engrandecer
e humilhar
Também andei com
uma criança igual a mim
no colo, pela mão,
protegendo, nutrindo
entre fuzis e
carripanas militares,
pedras, metades de
janela escavacada,
edifícios destruídos
e comportamentos
estereotipados
dos jogos agressivos
da playstation
Já não havia
retrocesso à repressão,
ao controlo e à
ilusão da matrix.
Havia, contudo,
no ar uma sensação
de esperança
e a roda de Samsara
continuava
E isso bastava,
para a continuidade
o estudo da cabala,
a expansão da
consciência
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