A música e o verbo

 



O dia avança, horas que correm e mais veloz ainda, o meu pensamento em ti.

Gostava de ter novidades frescas, novas, crocantes e hotspicies (hotspicies será um arredondamento linguístico?) mas por aqui, a tarde ganhou a tua forma, eu indefinida e míope, vejo os caracóis dos teus cabelos, agora mais curtos e o vento que os ergue em fofas mesclas e o teu sorriso que me conquistou, esse sorriso, vejo-o de perfil, primeiro, receio que ao vê-lo concreto me volte a apaixonar. Assim, apenas o imagino de perfil, a recortar a minha tarde, estas horas cansadas das agruras temperamentais. O teu temperamento meigo e entregue. A tua inteligência e perspicácia numa pétala, olhada à lupa e é cristal! De Diamante bruto te fizeram e há muito, quando eu te conheci, a violência do único ser que teve de mim raiva, foi por se sentir ameaçado pela tua luz, a dele colidiu com a minha, por tua causa e, depois de saber que estás nestas terras - ou não estás' NÃO SEI, esqueci a direção, porque tu conduzias e eu não precisava de registar o endereço porque estou a olhar-te, sem que tenhas a mínima noção da prioridade que o teu fantasma tomou conta do meu dia-a-dia e nem pediu licença. A laja do vosso jardim dirá:  olhando para ti, ah, saudades desse bocadinho de dia), por isso, sobretudo por isso ou sendo leal, só por isso, quis saber do seu destino! De Paços de Sousa, só não sabem os que não são de paços de sousa! Partiu. Dizem que partiu. Sou obrigada a corrigir-me. Sei lá se partiu! a raiva que eu lhe tinha partiu, nunca mais a vi, mas lembro-me bem do porquê. Uma partida certa, um desfecho aconteceu assim na semana passada ao Marco de Santo Tirso. Morreu. Disse-mo a Ci há dias. Daqueles desfechos que são mesmo desfechos (quando dizes desfecho significa inesperado! Um dia, não nos acendem a luz. Ou seja, não temos plafond para ficar vivos. Ouve a música.

Voltando ao assunto anterior, devo confessar-te que apesar dos 54 anos, bah, pois é, o tempo passa para todos, penso e me excita a ideia, o pensamento, o sonho, quiçá? de beijar-te os lábios! O que eu mendiguei! Xiça! Podem bem emoldurar-me na laje no jardim: Ela teve de mendigar-lhe um beijo! Ele fugiu! Eheh (lá tinha que ir comprar todo o tipo de elixires bocais, se não me tivesse em boa conta)

E como ele negou o beijo, ela nasceu e renasceu. Na verdade, ela acordou. Sentir que ainda sentia tusa era dizê-la viva! E isso era o que mais importava em qualquer tarde que se apresentasse. Assim, esta tarde foi o portal de entrada com direção ao novo capítulo da minha alma: Dual! Stop! RED ALLARM!!!!!! 

Os pássaros e as crianças misturam-se e transformam-se em música! E eis me no Cabeço, sorrisos infantis e conversas joviais! Um piano conversa com um vocal de jazz! E afinal, há um propósito maior, a música cresce em mim e dá-me força para erguer planos, conciliar moratórias e expandir território. Eu sou livre! E a minha visão de águia vê-te é a TI!


De resto, aguardo a qualquer momento arteiros que me venham lembrar que estamos em guerra, mas talvez não haja pausas para a minha. Tenho que limpar as minhas armas! Eu vim limpar o que está escondido! Bem-vindos oficialmente, ao eixo áries-libra.

O aparelho toma conta da pista! Agarrem-se senhores passageiros, as melgas deram entrada na pista norte sul 17! Suspiro! AH! se eu tivesse uma varinha de condão!...

Amo-te, hoje também! Ainda! Quando me vais dar um beijo? 

Ouve a música. 







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