A guerra do arroz de 35 & o código MORSA
Permita-me o parêntesis. Já lá chegamos. Eu esgadanhei, com estas unhas de verniz gasto, de gelinho casto, e não encontrei nada. A sensação de vindimar meia pipa de uvas padeiras para fazer vinho era semelhante. Tanto cansaço e, afinal, raios me parta, se não estava ali, nas minhas bentas, bem à minha frente, o busílis da questão. A porra é que não tinha sido vista por outra perspetiva. Eu teimava em ser obtusa, em ver com exatidão aquela vírgula manhosa, aquela falsa questão. Nessa descoberta, fantabulástica, deixei entreaberta, a porta de toda a escolástica. Vai-te de arriba, atira-lhe com dois cromos e diz que são coisas do ramo, que é só mais um par de cornos, a concordar com o gamo. E era bem certo o diagnóstico. Estava decretada a liberdade e, ao mesmo tempo, com dois coelhos se mata uma catrefada, enfiei-lhe uma chapada psicológica com a ponta da língua, assim, sem dó nem piedade, troquei-lhe os "ás pelos bês" e fui colher o pretérito imperfeito da minha emboscada. Tanta merdice, tanta praga, tanta pieguice, tanta marmelada, mas havia por detrás, a nítida, clara, mais exata que a enxada, intenção. E o corpo emite sinais antes de responder, lá lhe caiu a máscara que durava há muitas gerações.
- Permita-me um parêntesis, disse-me ele em tom sedutor, e eu disse: - com certeza, com certeza, sr. Doutor.
É que o panarico lhe nasceu do bico de papagaio que o chaimite comeu!
Era tudo azia, tudo o que havia naquela dimensão. Só altura e só tamanho, tanta manha e tanto orvalho que lá lhe fiz o favor de com ele concordar. O avô Rodrigo diria: é muita dinamite pra tão pouca pólvora. Curvei-me e de cócoras, fiz, sem ele saber, o que tinha de ser feito. Desatei a chorar, depois de toda a conversa.
Eram prái quatro e cinco, seis e coisa, nove e tal. A guerra ia começar. E eu armazenei o meu chuço. E eram tudo chumaços. O Raúl Solnado não morre.
Comentários