Julgamentos levianos
Todos os meus amigos partiram. E vou listá-los aqui.
Francisco, Rodrigo, Albina, Adérito, Delfina, Almerinda, Rosa, Joaquina, Domingos, Carmen, Viriato, Cláudia, Fernanda, Lourdes, Emília, José, Marco, Célia, Ruizinho, Alberto, bisavós, todos os que me vêm daí de cima dêem-me forças e motivação, porque sinto-me demasiado impotente e triste com a desumanidade instalada. Natália Correia, Herberto Helder, Fernando Pessoa, Nuno Júdice, Pedro Barroso, Zeca Afonso, Amália Rodrigues, Raúl Solnado, Zé Mário Branco, Fialho Gouveia, todos os que lutaram pela democracia e contra a corrupção, venham, façam as vossas almas despejarem sobre nós a vossa sapiência, a vossa imensa sabedoria e paciência, que acorde a gente sonolenta e iludida que se deixa calar e castrar por todos, sem nunca opinarem o que lhes vai no coração e na mente.
Não acredito em ingerências e nem em coincidências negativas. Tudo faz parte de um plano mais alto.
Todos os amigos que eu prezava, cujos ideais se identificavam com os meus, abriram asas e voaram e eu pergunto-me porque fiquei eu aqui? Não sou eu merecedora de alçar as asas e voar para junto deles? Sou sim, mas ainda não chegou a minha vez.
A resposta não é minha, mas conheço-a. Voarei quando cumprir os meus propósitos. Até lá, continuo, qual Don Quixote, a lutar contra gigantes que se dizem moinhos e moinhos que se assemelham a gigantes.
Sancho Pança, ajuda-me. Estou realmente exausta. Cansada da leviandade de julgamentos dos desumanos que se julgam deuses, na sua arrogância e opulência. Que cospem jargões de facilitismo sem nunca nos calçarem os sapatos. Haja bom senso, altruísmo e fraternidade. Haja humanidade.
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