Alma Novaes

 


Todo cambia

Entre bater a porta e voar
Desistindo do sonho
de colocar pedestais
e virar costas ao enfadonho,
esquecer os teus sinais
e libertar-me deste sentimento
me reponho
e peço ADEUS
Imploro a Deus
Mendigo o fim,
sempre a mendigar
o outro em mim,
desta rotunda nefasta
desta vertigem sombria
da rejeição já gasta
Em fim de linha,
desisto
deste amor 
que me arrasta
para dentro de sentimentos bélicos.
Cansada
e cheia de mágoa,
sentimentos unilaterais
A culpa morreu. 
A culpada sou eu.

Afasto-me
e desejo-te 
tudo o que desejaria
se estivesses comigo,
sê muito feliz
dentro do script escolhido,
para mim castigo atípico,
não volto ao passado,
e não me culpo mais
por não ter vingado.
Não lutei. 
Mereço o que possuo
que é nada do que mereço.

E esta vertigem
dolorosa
vai deixar-me
em paz,
exausta
de falta de reciprocidade,
deixo-te, então, para trás.

E penso no futuro
pode ser um túnel com luz ao fundo,
que o amanhã já me traz
Cumprimento do altruísmo 
e abandonando o
nefasto ligado a ti.

Eu em paz e no mundo
Deus mostrou-me outro caminho
onde tu não estás. 
Acabou a espera. A cobardia 
é para mim dispensada,
sou a criança eterna
corajosa e brava
lutando pelo meu destino,
onde o amor individual 
não se faz.








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