Francisca Pascoaes


Eels.
Letting go.
Bye, dearest and greatest love of my life.
Go, star, gone.


Para uma chuva de meteoritos em Geminadas e Perseide


Na minha infância
muitos foram anjos
que me acompanharam
que foram levados 
a tocar-me
a cuidar-me.
E enquanto os meus amigos
tinham outros amigos
eu tinha uma estrela
que andava sempre comigo.
Ainda tenho
Muitos anos passaram
e nunca acreditei
que ela me tivesse abandonado
Não sei quem abandonou quem
deixou de ser importante
passou a pormenor
Essa estrela foi sempre
sempre
sempre
o meu grande amor
(esse amor da fonte que tenho em mim
sem previsões de se extinguir)


E essa estrela
entre os meus medos
as sombras,
os meus dedos
a adultere dos outros
sempre soube
E quando digo sempre
saltam-me lágrimas aos olhos
sempre esteve perto



Na minha infância
foram-me roubados
sonhos
e vivi
pesadelos medonhos
e até os anjos 
por mim choravam

Hoje sou um. 
Sei 
e que as minhas asas 
são invisíveis
para que não possam cortar-mas
mas eu própria fiz isso.


entrou na minha vida
outra vez
para me lembrar
do bem que me fez
desse interlúdio entre nascer e morrer
que se chama o que vivi
e ainda tenho para viver
Vim com essa missão
levar uma estrela a quem comprovar dor
e eu que só tenho esta
querem que a mostre
que a mostre
que a traga a
todos
os que como eu
não confiam nos adultos
não tinham amigos
que ficaram no muro,
por não se sentirem pertença
de ninguém ou de coisa alguma
quem tem uma estrela
já tem tudo.

E sim,
está tudo escrito,
descrito
no meu livro dos 15 anos.
Épocas.







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