Exercícios Literários

 



Confissão de amor incondicional


Este é o meu grande amor (dele), mais que tudo!
O único homem que me conheceu inteira, que me "deixou" ser quem eu sou, respeitando-me integralmente, nas coisas boas e nas menos boas. A pessoa mais generosa e inteligente que reconheço. Nunca casei com ele. Depois dele sair da minha vida, voltou o sofrimento. Há 25 anos que o perdi.
Casei três vezes. Divorciei-me três vezes.
Esforcei-me por amar a cada um dos que passaram no meu caminho, nunca tentei controlar a verdade de cada um. Nunca andei atrás de homem nenhum e todos os maridos, namorados e possíveis flirts das minhas amigas, para mim, foram sempre gajas. Aos homens a quem me doei, deixei-os ser e tentei amá-los nos feitios, defeitos, idem. Falhei. Mas não sou um fracasso, na medida em que tudo fiz para que fossem felizes. Sofri imenso. Continuo a sofrer. Os homens que me conheceram sabem que o meu coração sempre foi DELE. Ao último, com quem ainda estou envolvida negativamente, através do processo judicial, ele sabe que acreditei que fosse o que mais se aproximou de quem o FGS é. Foi uma ilusão minha acreditar que pudesse haver outro alguém como ele. Não, não há ninguém como ele. Nunca lhes ocultei que quando ele partiu da minha vida, não aconteceu por falta de amor. Todos me atropelaram e condenaram (ex-maridos) por ter sido sempre honesta com eles e comigo. Não podia ser de outra maneira. Eu sou mulher de um único HOMEM.
Nunca traí ninguém, NUNCA me envolvi com ninguém, estando eu casada ou solteira, traí-me a mim por acreditar, na minha imensa ignorância que podia amar alguém depois dele, da mesma forma que o amo a ele. Não fui capaz. Apedrejem-me. Todos eles sabem.
Seja o Sérgio, o Marcos, o Carlos. E todos fizeram por merecer o que lhes dei e que tenho de melhor. O meu amor, amizade e respeito. Todos. Não souberam entender-me, o ego deles era enorme. E eu sou péssima a limar egos.


Não vim ao mundo para amar qualquer um, mas sim a todos, como pessoas. Porém, sou monogâmica. E isso pode ser considerado anacrónico, old fashioned, brega, feio, o que queiram, mas sou obrigada a reconhecer, hoje com 54 anos que me enganei redondamente, nas minhas tentativas de ser feliz. Nunca fui, exceto com ele. Nunca fui capaz de o esquecer. A minha líbido está com saúde, não vivo para ela. Nunca quis relações superficiais. Para mim, sexo sem amor nem sequer existe. Sou profunda. E esta confissão tinha que sair. Por motivos maiores que se prendem com quem EU SOU. Estou no meu mural, dentro da minha verdade. E esta é toda a verdade.
Ainda sou humana e, por isso mesmo, que este POST não sirva para alimentar raivas ou acicatar sentimentos menos bons, mas para que os que me conhecem, os que mal me conhecem, os que diziam ser meus amigos, os meus familiares e os meus amigos reconheçam quem sou. Não posso inventar nem sair disto. Nem uma vírgula mais. Estou velha, ultrapassada pelo tempo do mediático, pelos fenómenos virais, mas esta é quem sou! E não tenho qualquer tipo de vergonha de mim. Ao contrário. Amo-me o suficiente para vos dizer que quem não soube amar-me como sou, não está preparado para conviver comigo, nem hoje e nem amanhã. Não aprecio pessoas rasas. Com isto, quero dizer que não aprecio a mentira, o jogo, a inteligência virada para o mal, o oportunismo, a segregação, a superficialidade, a inveja, a cobiça, a raiva, o ódio. Quem vibra assim, vivendo em pleno século XXI, depois de todas as ferramentas que possuímos, de uma história do mundo feita de retrocessos através destes sentimentos e da guerra que eles produzem, de facto, não quero a conviver comigo e, considero burro quem não aprende e não tem vontade de se tornar melhor. E o futuro que me resta será partilhado apenas com quem pode apreciar-me integralmente, no bom e no mau.
Se vos dececiono, lamento. Não é essa a minha pretensão. O trigo e o joio podem conviver até um dia. Até ao dia da ceifa. Esse tempo da ceifa chegou.
Não vos devo satisfações.
Não quero más interpretações. Os que passaram no meu caminho e não ficaram (e não vão ficar), grata pelo tempo de partilhas. Foi bom enquanto durou. Os panos do palco abrem, os personagens despem as máscaras e eu não bato palmas. Hasta. Sejam felizes
(foto abaixo Almerinda, não foi sogra mas mãe e amiga, o meu Rui Chico e o homem da minha vida)


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