Faustina Guedes



 Verbalização do medo de amar errado

Aos 20 achei que sabia tudo sobre o Amor
e sabia...
que os braços dele me continham
que os seus beijos me detinham
que a sua ausência me matava
e um pouco de tudo vivi,
já me devia chegar, mas não chegava

Aos 30 pensei que os planos b do Amor
nos levantavam, nos erguiam e curavam.
Enganei-me, não chegavam para a cura da dor
a que vem com ilusão e que cai
quando a cegueira se vai.

Aos 40 ainda enganada, já traço planos ypslom
carregadas de desculpas de não saber amar ou amar errado
faço metas vazias de amor e alinhadas
com esquissos tolerantes pra uma ausência de planos
que talvez aí chegue,
que por certo há-de chegar.

Não sopro mais velas, não repito desejos
não quero mais beijos, nem abraços nem ilusões terrenas
dá-me sossego e paz
procura outros arraiais, descobri tarde demais
que me basto
(que me basto)
que me amo por nós dois, que amo bem mais que nós.



in A way to go my way

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