Alma Novaes

 






Feed the buildin'

alimento esta ideia

(como se a vida fosse apenas 

esta música, um caminho, nós)


erguemos a casa com 

beijos e projetos

asseios, mimos, cinemas

e jantares fora, 

noites sem dormir,

olhando os tetos, 

tantos mil segundos

apoiados, sem concreto,

nos planos dessa velha e 

surpreendente magia do amor.

Na nossa construção, 

nós, os arquitetos.


e, no refrão duma 

cantiga dos outros,

numa palavra maldita

some other one blues, 

numa fração de tempo, 

meu amor

detonas a habitação, 

deitas tudo a perder, 

fazes ruir todos os sins

que demos a ambos,

esqueces-nos, meu amor

para dares espaço ao mundo,

aos palcos efémeros,

(mas que nos importa, meu amor, 

o mundo, se o nosso mundo 

é dentro da nossa porta!)


e eu queria a construção toda, 

e só tinhas essa maneira

de trocares de cúmplice,

de manteres a jurisprudência

do todo que fomos, tu e eu.

Mas se não, continua a caminhada,

essa será a tua jornada

onde constas tu e as tuas escolhas

eu seguirei sozinha, com 

as sementes do meu caminho

onde tu já não constarás

 nesta tal contabilidade


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