O SIMBOLISMO DAS ESTAÇÕES





A celebração da Páscoa – costume seguramente pré-judaico e inter-religioso – constitui a prova viva de que a evolução da alma ocorre em comunhão com o ciclo anual do sol e que coincide com o ciclo das grandes iniciações da filosofia oriental.

Os ovos de Páscoa são um legado dos festivais pagãos da primavera no hemisfério norte. Eles simbolizam o renascimento da vida em toda a sua variedade. A presença do coelho neste “festival do renascimento” pertence à cultura egípcia. A lebre era um símbolo de fertilidade e representava a periodicidade dos ciclos naturais da vida. Segundo a tradição, o coelho escondia ovos de Páscoa para as crianças procurarem.

As crianças estão relacionadas com a Páscoa porque são símbolos indiscutíveis do recomeço da vida. Internamente, todo ser humano é como uma criança até o fim da sua existência, pois há algo nele que está sempre renascendo. Quando o indivíduo toma consciência disso, experimenta mais diretamente a primavera permanente que se esconde em cada uma das quatro estações do ano. E isso não é tudo. Também vive com mais eficiência o ciclo maior das quatro idades de uma vida completa.

O outono simboliza maturidade; inverno, velhice; primavera, infância; e verão, juventude. As quatro idades são igualmente importantes. Não basta ser criança para ter acesso ao reino dos céus, ou seja, à consciência nirvânica. Para alcançar a iluminação, é necessário vivenciar simultaneamente as quatro estações do ano, todos os dias.

A confiança e a capacidade de aprender, características da primavera, devem ser aliadas à força e coragem do verão, que corresponde à juventude. A maturidade do outono está associada à sabedoria e à humilde renúncia, típicas do inverno. Todo o ciclo é sagrado e cada Páscoa celebra a sua totalidade.

(Carlos Cardoso Aveline)

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Fragmento da revista “The Aquarian Theosophist”, março de 2024, p. 13. A edição completa pode ser lida aqui: https://www.carloscardosoaveline.com/el-teosofo-acuariano-028-marzo-de-2024/

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