Adeus tristeza

1. Expressão usada para despedida (ex.: adeus e até à próxima). 2. [Informal] Expressão usada para exprimir um sentimento em relação a algo ou alguém que desapareceu, que faz parte do passado ou que não vai acontecer (ex.: depois deste escândalo, adeus, reeleição).
SUBSTANTIVO
palavra, gesto ou sinal de despedida
"deu adeus e foi embora"
separação física entre; despedida
"chegou a hora do adeus"
fórmula de despedida, ger. quando se espera separação longa ou definitiva
exprime pena ou saudade de (alguém ou algo) que se perdeu ou que não tem retorno
"adeus, juventude!"

dicionario.priberam.org/adeus




Fechar a porta, sorrir de volta. Antónimos. Cerro-me dentro, em mim, nem um
vento contraditório sopra, nesta tarde, regada de chuva, dentro de mim. Tudo se aquieta.
Nunca é fácil encerrar um capítulo. Quando o capítulo é bom.
Pode morrer-se se, ao fechar o capítulo que foi bom, não houver um feedback
consonante. Quando fechar se nos torna a única forma viável de voltar à vida, fechamos, mesmo contra os julgamentos que de nós possam fazer, fechamos portas e janelas, trancamos coração e alma. O corpo obedece apenas a essa alta expressão do eu em nós.

Quando nos permitimos sair de algo, empresta-se nos uma loucura feliz, uma liberdade desconhecida, uma resposta urgente que se impulsiona pelos sentimentos de amor próprio.

Eu escolho os meus caminhos. Sou a única responsável por mim, não me atam mais afetos senão os que me permito. Amo-me. 

E quando se cerra tudo, pode ficar-nos entalado um certo rancor, ou uma espécie
de mágoa, inadvertidamente. A não ser que estejamos plenamente conscientes de quem somos, para onde vamos, que pretendemos nós da vida.

Adeus, então, que me fui embora para não mais voltar, a alma que fala e grita e canta.
Sou pássaro livre e liberto-vos dos sentimentos tristes de ter que chorar por mim.
Adeus, palavra resumê, síntese da nossa coerência interna, ao despedir-se de si mesma, para se encontrar outra, lá na frente.
E a brisa desta tarde lambe-me o rosto sem lágrimas, sem arrependimentos, sem qualquer vestígio dos danos anteriormente provocados. Adeus sem dor e sem lamentação. Pode haver palavra mais rica e sintética do que esta?
Não para mim. Adeus, que a decomponho dentro A Deus. É mesmo este sinónimo cá dentro, que se fez morada após tristeza e entrega. No regrets. Sem qualquer arrependimento. Mas com pressa, sim, com esta pressa de sons celestiais, de conhecer e ouvir a outros menos desiguais de mim. 
Quando vires um pássaro encostar-se na nuvem escura, não sou eu!
Vou rumo a horizontes claros, vou seguir as galgadas da minha alma transparente. E não vou de repente. Não foi uma decisão imatura, não é resultado de uma conjetura fria, arrogante e/ou indisciplinada. É sentida e pesada pelo coração e mente.
Dizer-te vou é dizer-te que ainda tens tempo para a despedida. Por isso, te digo, fui. Já fui. Partir num dia assim é sentir a bênção da tempestade. Fui sem regressos e feliz. Pode dizer-se adeus, de uma forma mais aberta e colocando limites no passado? Nem o sangue nos une mais. 

Já não moro aí, onde me tivestes. A minha morada é o céu. 

E o meu futuro há-de ser o que eu quiser!

Da banda Amor Eletro