Notas dos outros em mim

 




Há dias felizes. Hoje não é especialmente um. Não é que me doa a alma, o corpo ou o monstro da dúvida existencial, nem pouco mais ou menos. Até há dias em que nos dói tudo, a alma, o corpo e deixamos de saber se existir é tão fundamental quanto nos obrigamos a acreditar, mas, sabermos que todos os que nos importam e giram á nossa volta estão bem, não precisam ser todos, basta que um nos mostre um sorriso de satisfação e pronto, atingimos o nirvana desse dia. E, depois, há dias ou momentos, num dia equilibrado em que, sem dores e sem vertigens, sem saudades e sem remorsos, tomamos conhecimento de que alguém perto fica mais distante, rumo às mazelas da vida sem aviso, às bofetadas que se leva sem preparar a face e pimba, catrapus, lá vamos nós água abaixo, na tristeza e na impotência de nada podermos fazer pra aliviar ou remediar. E nestas alturas, nem o melhor placebo do mundo consegue a reviravolta do nosso sorriso. É nesses momentos que tudo o que não podemos fazer ganha tempo de antena. Nesses momentos, um talhão de terra florestado de ervas daninhas desaparece aos nossos olhos, a tesoura vira uma espada e lutamos contra o medo de não termos pé prá dor dos outros. Mas, nunca serão as nossas lágrimas ou a nossa apatia, nem o nosso convite pra um café ou um telefonema esporádico que vão melhorar doença nenhuma. A doença pode até nem ter cura, mas saber que estamos lá pode mudar qualquer coisa. E é essa qualquer coisa que às vezes, muitas vezes, faz do céu ligação á terra e nos predispõe a apreciar o que temos, a valorizar o que somos para o todo. Há gente feliz com lágrimas e gente, como eu que, não sabe muito bem o que fazer com a esperança e um sorriso fora de tempo e ainda assim, espera o dia de amanhã e sorri...

Ouvi dizer que os nirvanas estão esgotados, mas que, quando forem repostos, serão de ótima qualidade, mais baratos e em promoções de 2 em 1. Quem esperar, vai ter!

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