Alma Novaes
Desenhei-te flor para que te desenhasses fruto
As uvas passas não passam o que passo eu,
sonhando que me encontras aqui,
mesmo aqui ao lado,
onde tu e eu crescemos no amor.
E a alma no mais, diz que continuas a passar,
passas onde nenhuma eternidade te esqueceu
e onde os meus passos não deixarão de passar jamais!
e se falar-te fosse apenas este veículo
e se falar-te fosse apenas este veículo
linguístico de te fazer sentir parte essencial
e envolvente do meu idioma?
o de me compreenderes internamente,
de te sentires parte do entorno,
sem estares aqui, de corpo presente?
e se falar-te e chegar a ti, esta emissão
e se falar-te e chegar a ti, esta emissão
que é alma e corpo da mensagem,
fosse apenas complemento do nascimento do amor,
essa personagem que deu vida à minha vida,
num quarto onde nasci, vestido de branco?
e se te falar fosse encontrar-te numa sala amarela,
onde o arco-íris se manifestasse,
aqui ao lado, onde o espumante pudesse rebentar
as expectativas e até as flutes espumadas?
E se te falar fosse tão dentro que,
depois da glote houvesse o meu nome como bussola,
para me encontrares... e me encontrasses?
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