Alma Novaes




Diazepam

Chegam vultos e convites
noites e promessas
chegam chaimites e alambiques
Só não chegas tu
e nenhuma benzodiazepina
tem a capacidade
de me roubar a constância,
a permanência,
nem a anfetamina
fecha a porta de chofre,
arrebenta a manha de plutão!
Aproveita, então,
de Úrano a velocidade
supressiva e de golpe
e dá cabo desta esperança
na incoerência de te esperar!
Que o amor é torpe!
Psicotrópicos e barbitúricos
carregam o teu nome 
nos efeitos colaterais
espero dos laboratórios bem mais
(ácido úrico, triglicerídeos não tenho)
que placebos circunstanciais, 
que me tinjam a saudade
e nos pesadelos medonhos
e acidentais
vou a neptuno, lá nos states
Jack Daniels e outros que tais,
um shot assim, não mais te esperarei
à dieta do esquecimento
anexo medronhos,
do jardim colho marijuana, 
se eu tivesse jardim seria vegana
e meu bem, 
você não virá dos sonhos
se tornará enfadonho 
como os demais,
e com Júpiter na asa,
tu não serás mais o meu céu 
ou a minha casa
e já só
saberás de mim pelos jornais…
Não haverá mais parangonas
não te dedicarei nem mais uma letra
morre a esteta que há em mim
e depois, me embalarão
 num vaso chique 
obedecendo às minhas últimas vontades
me deitarão pela janela do farol
nas águas caprichosas
da tua psique 
,








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