Eneia Veredas
Matrioska pulsante
Foi Deus que colocou a lua em virgem
que montou a vénus em peixes
que inviabilizou mercúrio direto
e os dispôs à concordância,
Que colocou marte em câncer,
a padecer e revisar o que faz parte
do mesmo decreto,
para depois, trazer o restolho do incêndio
a gestalt da colheita, trigo e joio,
tal como o medronho invernal,
neste tempo incerto
Até abril se servirá,
temperado em vinha d'alhos,
o que ficou a apurar
Em maio, as cerejas no borralho,
junho, de erveiro manso e arruda,
e tudo servirá de culpa
de desculpa para apontar culpados,
tempestades e rompantes,
governantes insolventes,
terra em combustão, digestão lenta,
e a proliferação de aquosas tempestades.
Opera-se a viragem
de séculos, de ciclos
no difícil trimestre deste ano.
E a colheita desse raio
que vai de fevereiro a maio,
de setembro a fevereiro,
com plutão em aquário
e o senhor úrano pelo meio,
com o mistério de neptuno
na casa dos inícios, água e fogo
presentes de oculto oblíquo,
como a torre de pizza,
decretado em segredo no oráculo de delfos,
de ventres sagrados e fecundos
Onde muitos semearão belicismo
Outros tantos vieram segurar a tocha
manifestá-la, das guerras o freio,
do amor propagado e ancorado no todo
Aos guerreiros da paz, chamareis loucos
E de vénus retrógrada, na valsa com mercúrio,
vereis somente um ensaio, um vislumbre
do breve futuro, ataúde,
uma matrioska se abrindo
repleta das mentiras, da ilusão frenética,
o sol incandescente abrirá
a caixa de pandora,
os olhos ao mundo.
A justiça culminará na vossa opaca opulência.
Eis a verdade insinuante, o exterminar do devaneio
na vossa fachada, nascerão esteios
e por destino contundente,
ou porvir da diligência orquestrada
Entre júpiter e saturno, úrano e plutão,
mirareis as pontas da minha estrela,
e na regência, neptuno, língua áspera,
nebulosa, ínsua da douta batuta, sapiência,
o fim à corrupção.
Comentários