Eldina Milagros
Despedias-te dele
As notas choravam por ti...
Mais um si bemol,
Mais um fá sustenido.
Responsabilizaste o sol
a lua, o planeta, os rios
o abstrato e o concreto...
Sabias que estava definido
na escritura da vida,
assim morreria.
Plantaste na terra o sonho
a imortalidade pretendida
Quando o dia nasceu
sabia que não aguentarias,
que despencarias
da altivez da dor
e choverias, tal como nós.
E choraste meu amor.
E eu sequei as lágrimas,
quando esgotaste os soluços.
E uma após outra, todas
foram as almas partindo,
se despedindo nessa calma
e rigor mortis previsto,
e a vida continuou a explodir
e fizemos o outono ganhar
tonalidades vermelhas
do sangue borrado de apegos
que sempre lhes damos.
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